terça-feira, 18 de outubro de 2016

Tattoo 1 - LRRM

Que malvadão não possui uma tatuagem? E eu aqui com a pele limpa. Preciso fazer uma.

É claro que isso é só uma piada. Mas também é fato que tatuagens fazem parte deste mundo. Difícil ver um motoqueiro que não tenha uma ou, ainda mais difícil, que não curta. Eu curto desde sempre, mesmo ainda bem antes de ter uma moto. Mas nunca tive coragem nem ocasião para fazer.

Em parte por conta do desenho. Tatuar o que? É algo muito definitivo, ainda que haja meios de tirar ou cobrir. O desenho tem que ser um com o qual saibamos que vamos conviver em paz "para sempre". Em parte também porque não tive muita confiança em uns poucos tatuadores com quem conversei. (E mais uma parte porque a grana tinha outras prioridades.)

Quanto ao desenho, eu já pensei em várias alternativas, e o local desejado para tatuar sempre foi as costas. Adolescente eu tinha uma caveira em ângulo com uma cabeleira rosa, que, inclusive, eu também queria colocar na minha prancha de surfe (sim, um dia eu peguei onda). Ainda adolescente eu pensava numa cruz em pedra, uma Bíblia aberta sobre ela (no braço vertical) e no patíbulo (o braço horizontal) um cérbero (aquele do cartaz do filme Drácula de Bram Stoker). Mais recentemente eu me satisfazia com apenas a cruz em pedra e a Bíblia aberta.

Mas tudo isso é muito óbvio e lugar comum. Cristão, de uma forma geral, não é muito afeito à tatuagem, mas quando é, a cruz é sempre a mensagem imediata. Não que eu tenha deixado de curtir, nem que eu me arrependeria, se a ocasião e a coragem tivessem chegado. Mas que eu comecei a pensar em algo menos óbvio e mais poético.

Certa vez um amigo me sugeriu: "Já que você curte, por que você não tatua ´Deus preferiu esta carne'?" Opa! Gostei disso. A afirmação é trecho de uma canção do grupo Palavrantiga, e remete a que nosso corpo é templo de Deus. É algo ao mesmo tempo poético e provocador. Decidido: a tatuagem nas costas terá esta frase.

Mas e o desenho? Há tempos eu tenho refletido sobre a morte. Numa velha postagem do blog que possuía este endereço eu escrevi que a morte é temível, mas desejável. E a boa e velha imagem da travessia do Jordão do deserto para a Terra Prometida, desta vida de cansaço para a Vida Eterna sempre me vinha à mente. Mas como desenhar isso? Difícil.

Então Tolkien me apareceu com a imagem dos elfos nos Portos Cinzentos, partindo da Terra Média em seus navios para o Reino Abençoado. A conexão com a travessia do Jordão me foi imediata, e o desenho possível. Feito! Este será o desenho. Aí coloco a referência bíblica (Fp 1:21) em algum lugar dele e tenho meu desenho definitivo com o qual poderei conviver.

The Gray Havens (os Portos Cinzentos). Uma base para fazer meu próprio desenho.
Imagem retirada da internet via Google Imagens.
A ideia está aí, agora é encontrar um tatuador que me proponha um desenho com base neste tema em uma ocasião propícia.

Antes disso, porém, podemos fazer algo menor e ainda assim significativo. Foi o que fiz. Na frente do meu trampo tem um estúdio: Mayã Briefs Tattoo Shop. Depois de estudar uma fonte apropriada, passei lá e marquei uma sessão para uma tatuagem pequena, as iniciais dos membros da minha família em meus dedos. Feito! Está na mão!

Para sempre família!
Foto tirada, já em casa, após terminada a tatuagem.
Uma nova postagem desta série é bem capaz de demorar muito. Mas espero ter um dia esta minha ideia posta nas minhas costas! (E eu mato quem roubar minha ideia! rsrsrs)

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