segunda-feira, 13 de outubro de 2014

A compra da Sportster

Xl 883 C 2007.
Depois do falecimento da Heritage, fiquei um tempo sem moto. Mas não dá para aguentar tanto tempo assim. Então, com parte da grana do seguro, pesquisei algumas motos e acabei por fechar negócio numa Sportster.

Mas fechar negócio não foi algo assim tão simples.

Primeiro eu cheguei a fechar uma R, com pintura de 72. Nas fotos estava linda. Ao tentar fazer o seguro, porém, meu corretor me disse: "Pula fora. Há restrições na moto, então é certamente resultado de sinistro". Pulei fora. A loja foi atenciosa tanto no fechamento do negócio quanto na hora de pular fora. Não tenho realmente reclamações quanto a isso. Mas ou eles tinham má fé em vender moto sinistrada sem aviso ou têm que verificar melhor suas fontes.

Mas eu já até tinha comprado a passagem de avião para buscar a moto. E agora?

Uma das fotos enviadas pelo Euller.
Então conversei como o Euller Heringer, que negocia umas motos antigas e umas nem tão antigas assim. Começamos a conversar a respeito de outra R. Mas no meio da conversa ele me disse: "Cara, tenho uma C aqui que é mais seu estilo. Vai por mim, você será mais feliz com ela". 

Eu confesso que nunca gostei muito de Sportsters, nem da Custom. Talvez ainda menos da Custom. Mas a grana que eu tinha disponível era essa, então ele me mandou umas fotos e eu pensei: "Tudo bem, vamos arriscar".

Combinamos de nos encontrar em Guarulhos (ele me buscaria no aeroporto) e eu veria a moto e confirmaria ou não o negócio.

Na rodoviária de Canela.
No aeroporto.
No dia da viagem, que trampo! 

Primeiro as longas horas de ônibus até o aeroporto de Porto Alegre e depois um longo atraso do vôo. Se não é o iPod!

Mas, enfim, cheguei em Guarulhos e o sempre atencioso Euller, apesar de um pequeno desencontro no aeroporto (ele foi ao terminal errado), me pegou e fomos ao seu endereço, onde a Sportster Custom, qual noiva prometida, me esperava e eu, ansioso, temia não gostar. 

Mas gostei. Certamente não seria a moto dos meus sonhos, mas me serviria bem pelo tempo de nossa união, durasse o quanto durasse! Combinamos a melhor forma de terminar os trâmites legais e o pagamento e também ele me sugeriu uma oficina, uma vez que a moto estava com escapes abertos e, para fazer a vistoria em Canela, eu preferia os escapes originais. O vendedor da moto ainda me cederia um velho e descascado sissy bar para a viagem de volta, que eu instalaria na mesma oficina.
A "noite de núpcias". E isso na casa do sogrão! hehe
Ainda com os escapes abertos, que seriam trocados no dia seguinte.
Depois de tudo pronto, e de uma visita a General Osório (para quem não sabe, uma região com diversas lojas de artigos para motos no centro de São Paulo) para comprar uma mala de viagem (Kuryakyn Gran Tour Bag), arrumei tudo para iniciar a viagem de volta para casa.
Preparado para voltar para casa!
A viagem para casa foi tranquila. E algo me surpreendeu sobremaneira. Quando eu fiz esta mesma viagem com a Heritage, tive muitas dores nas costas por conta da posição do guidão. Eu esperava algo semelhante com a Sportster, ainda mais porque todo mundo diz que a Sportster é desconfortável, com um péssimo amortecedor e um banco tão ruim quanto. Mas nada disso! Talvez também por conta do apoio lombar que a bolsa me proporcionou, foi uma viagem em que fiquei absolutamente descansado. Só parei no meio do caminho porque visitaria minha irmã em Floripa. Senão nem precisaria parar. Enfim, se bem que um pouco cabrita, e obviamente não tanto quanto motos maiores, considerei a moto bastante confortável.
Parada obrigatória para um lanche no Subway da Havan.
Em Florianópolis.
Depois de visitar minha irmã, toquei no dia seguinte direto para casa, sem qualquer sobressalto na viagem e positivamente surpreendido com a Sportster, uma moto muito mais divertida e gostosa de pilotar do que eu jamais imaginara. Esta relação promete ser muito feliz, quer seja longa ou não!
Eu tinha que tirar esta foto, como havia tirado da Heritage,
na subida da Serra. Já me será uma tradição!

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Psicodélica esquizofrenia na Serra do Cafezal

Outra viagem a São Paulo. Viagem tranquila, exceto por... A Serra do Cafezal.

Cheguei lá por volta das 20:30. Escuro como o breu. Um trânsito pesado nos dois sentidos.

Então tudo me pareceu por vezes um psicodélico túnel de luzes brancas no lado esquerdo e vermelhas no direito, com dois olhos vermelhos a me guiar. Outras vezes uma esquizofrênica montanha russa sem trilhos, apenas solavancos sobe-e-desce por buracos e irregularidades negras invisíveis no asfalto. E quase sempre era uma esquizofrênica montanha russa em um túnel psicodélico.

Foi uma loucura. Dessas que fazemos porque estamos ali, mas que evitaremos repetir com todas as nossas forças.

Graças aos céus saí ileso. A Ele a glória!