sábado, 29 de fevereiro de 2020

Raquel, a pin-up!

Eu sempre desejei que minha esposa tirasse umas fotos de pin-up. Não daquelas de borracharia, obviamente, mas daquelas bonitas e comportadas que não deixam de ser sensuais só porque comportadas. Aliás, eu penso mesmo é que porque comportadas são ainda mais sensuais. E eu desejava pendurar uma foto dessas na Caverna.

Comentei com ela sobre isso algumas vezes, mas sempre como um "talvez algum dia"... E não é que já no fim do ano passado ela me propôs realizar um ensaio! "Claro!" - respondo eu. Eis então aqui uma parte deste ensaio, com as fotos que mais gostei. (Na verdade tem uma outra em que ela está, ainda que sempre comportada, tão sexy, mas tão sexy, que achei melhor não tornar pública. Mas não conto isso para ninguém!)

Era para eu escolher uma única dessas para um quadro na Caverna. Mas acho que vou fazer uns três quadros!

Seguem as fotos (por Sheila Tonin):



















terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

O motociclismo como sombra do Cristianismo

O cumprimento biker.

O homem é profundamente religioso. Isso mesmo quando tem a si mesmo por completamente apartado da religião. É algo estrutural. Criacional, eu diria. Vantagem evolutiva (ou desvantagem, sei lá), se assim você preferir.

Aliás, quando eu digo "criacional", eu tenho menos em mente a oposição da religião contra o naturalismo filosófico reinante na academia, embora faça óbvia referência a ela (a oposição), que o esquema criação-queda-redenção. 

Não é o caso, portanto, de discutirmos origens, o que foge completamente ao propósito deste blog, mas de constatar que o homem repete padrões religiosos não importa qual seja sua posição a respeito. E é justamente neste esquema que a repetição religiosa em toda atividade humana se revela.

Uma das coisas que mais me espanta e atrai no motociclismo é esta sombra de religiosidade que o cerca naquilo que chamamos de "irmandade", ou "fraternidade".

Notem, o Cristianismo afirma que somos todos podres. Ao nos encontrarmos na rua, embora sejamos chamados a tratar todos com civilidade, o mais provável é que sejamos causa de repulsa recíproca, e tanto mais quanto mais diferentes somos. Porém, porque estamos unidos como igreja, compartilhamos os valores de um mesmo Deus, esforçamo-nos uma comunhão que não nos é natural, mas que vem fácil, no culto e no louvor que prestamos.

Em outros termos, o Cristianismo é uma religião e o Senhor é seu Deus. A cruz é um símbolo. A igreja é um templo, os rituais e a liturgia são culto e os sacramentos são comunhão.

Notem mais uma vez, o motociclismo não afirma, mas os motociclistas sabemos que a humanidade vive em falta. É bem provável que, se nos encontrássemos em qualquer lugar, o olhar de reprovação viesse mais fácil que o de simpatia. Porém nós nos encontramos na estrada, e porque andamos de moto e compartilhamos de certo estilo de vida, fácil nos identificamos e fácil flui a conversa.

Em outros termos, o motociclismo é uma religião e a moto é um deus. A caveira é um símbolo. A estrada é um templo, as roupas e o modo de vida um ritual, um culto e o encontro uma comunhão.

É claro que a sombra, tênue e fugaz, tanto se aproxima quanto se afasta do objeto, sólido e firme, que representa. E é claro que não faço caso de ser dogmático nisso. Mas isso de fato me atrai e espanta.

E eu desejaria que os homens fossem sempre assim, fraternos, quanto a tudo. E desejaria ainda mais que sua irmandade fosse redimida como postura de homens redimidos pela filiação da paternidade comum.