quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Tattoo 2 - LRRM, a cicatrização

Eu achei que só escreveria sobre tatuagem de novo quando fosse fazer mais uma. Mas há assunto para a que já tenho.

Antes de fazer a tatuagem, foi-me dito que, pela própria renovação da pele, os traços nos dedos se "apagam" mais rapidamente, exigindo retoques mais constantes (3 contra 5 anos para desenhos em outras partes do corpo, disseram). "Tudo bem", eu pensei. Mas não me dei conta de que outros "transtornos" pudessem ocorrer. 

Quanto aos cuidados, logo depois da tatuagem feita, avisaram-me: pode sangrar, pode apagar um pouquinho, pode "descascar", pode coçar e, se não cuidar bem, pode infeccionar. Bem, dez dias passados, prazo que, dizem, é o da cicatrização, não me sangrou, nem infeccionou, nem "descascou". Lá pelo sexto ou sétimo dia coçou bastante, mas no oitavo ou nono já passou. Seja como for, vou continuar a passar a pomadinha para tattoo por um bom tempo!

Não mencionei que "não apagou um pouquinho". Não porque o preto tenha acinzentado ou esverdeado. Não é isso. O que aconteceu é que algumas dobras da própria pele ficam sem tinta. É bem pequeno e quase imperceptível, mas é algo sobre o que vou conversar com a tatuadora para ver se algum retoque, agora ou daqui a um tempo, será necessário.

Outra coisa interessante é que li que, fatalmente, borra. E tanto mais quanto mais passa o tempo (vi, inclusive, num blog, um comparativo, desde feita até seis meses depois, de uma tatuagem que borrou e apagou bastante). A tatuadora me disse que as bordas se expandiriam um pouco. É também bem pouco perceptível, mas já vejo um pouco disso. Mas, ao contrário de ser um prejuízo às letras tatuadas, acho mesmo é que está ficando melhor.

Como a tatuagem é algo mais vivo que imaginei, vou registrar aqui algumas fotos ao longo do tempo, para ver como a imagem da tattoo evolui. Agora está assim:

A tatuagem, dez dias depois.

sábado, 22 de outubro de 2016

Motos e fotos 11

Autor: Roberto Vargas Jr.
Nota: Dia lindo para um passeio. Que, infelizmente, não vai rolar. Mas há tempo para uma boa foto!

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Tattoo 1 - LRRM

Que malvadão não possui uma tatuagem? E eu aqui com a pele limpa. Preciso fazer uma.

É claro que isso é só uma piada. Mas também é fato que tatuagens fazem parte deste mundo. Difícil ver um motoqueiro que não tenha uma ou, ainda mais difícil, que não curta. Eu curto desde sempre, mesmo ainda bem antes de ter uma moto. Mas nunca tive coragem nem ocasião para fazer.

Em parte por conta do desenho. Tatuar o que? É algo muito definitivo, ainda que haja meios de tirar ou cobrir. O desenho tem que ser um com o qual saibamos que vamos conviver em paz "para sempre". Em parte também porque não tive muita confiança em uns poucos tatuadores com quem conversei. (E mais uma parte porque a grana tinha outras prioridades.)

Quanto ao desenho, eu já pensei em várias alternativas, e o local desejado para tatuar sempre foi as costas. Adolescente eu tinha uma caveira em ângulo com uma cabeleira rosa, que, inclusive, eu também queria colocar na minha prancha de surfe (sim, um dia eu peguei onda). Ainda adolescente eu pensava numa cruz em pedra, uma Bíblia aberta sobre ela (no braço vertical) e no patíbulo (o braço horizontal) um cérbero (aquele do cartaz do filme Drácula de Bram Stoker). Mais recentemente eu me satisfazia com apenas a cruz em pedra e a Bíblia aberta.

Mas tudo isso é muito óbvio e lugar comum. Cristão, de uma forma geral, não é muito afeito à tatuagem, mas quando é, a cruz é sempre a mensagem imediata. Não que eu tenha deixado de curtir, nem que eu me arrependeria, se a ocasião e a coragem tivessem chegado. Mas que eu comecei a pensar em algo menos óbvio e mais poético.

Certa vez um amigo me sugeriu: "Já que você curte, por que você não tatua ´Deus preferiu esta carne'?" Opa! Gostei disso. A afirmação é trecho de uma canção do grupo Palavrantiga, e remete a que nosso corpo é templo de Deus. É algo ao mesmo tempo poético e provocador. Decidido: a tatuagem nas costas terá esta frase.

Mas e o desenho? Há tempos eu tenho refletido sobre a morte. Numa velha postagem do blog que possuía este endereço eu escrevi que a morte é temível, mas desejável. E a boa e velha imagem da travessia do Jordão do deserto para a Terra Prometida, desta vida de cansaço para a Vida Eterna sempre me vinha à mente. Mas como desenhar isso? Difícil.

Então Tolkien me apareceu com a imagem dos elfos nos Portos Cinzentos, partindo da Terra Média em seus navios para o Reino Abençoado. A conexão com a travessia do Jordão me foi imediata, e o desenho possível. Feito! Este será o desenho. Aí coloco a referência bíblica (Fp 1:21) em algum lugar dele e tenho meu desenho definitivo com o qual poderei conviver.

The Gray Havens (os Portos Cinzentos). Uma base para fazer meu próprio desenho.
Imagem retirada da internet via Google Imagens.
A ideia está aí, agora é encontrar um tatuador que me proponha um desenho com base neste tema em uma ocasião propícia.

Antes disso, porém, podemos fazer algo menor e ainda assim significativo. Foi o que fiz. Na frente do meu trampo tem um estúdio: Mayã Briefs Tattoo Shop. Depois de estudar uma fonte apropriada, passei lá e marquei uma sessão para uma tatuagem pequena, as iniciais dos membros da minha família em meus dedos. Feito! Está na mão!

Para sempre família!
Foto tirada, já em casa, após terminada a tatuagem.
Uma nova postagem desta série é bem capaz de demorar muito. Mas espero ter um dia esta minha ideia posta nas minhas costas! (E eu mato quem roubar minha ideia! rsrsrs)

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Motoqueiro ou motociclista?


O Bayer, do excelente Old Dog Cycles, voltou a tratar de um daqueles temas para lá de recorrentes no mundo das duas rodas: qual a diferença, se é que há, entre motoqueiros e motociclistas? Publicou como uma postagem um comentário de um leitor.

Pela minha própria formulação da pergunta, já deixo a dica do que penso a respeito. Deixei um comentário na postagem dele e a replico aqui, acrescentada de uma explicação:

Pela descrição do texto, eu não sei se sou motoqueiro ou motociclista. Eu faço e não faço coisas de ambos os grupos. Veja só:
"O termo motoqueiro se presta mais adequado aos que tem sobre duas rodas um estilo de vida e não pilotam por mera diversão ou mesmo por conveniente ocasião. 
Motoqueiro não faz passeios, não vai “ali dar um rolê” ou usa sua moto mais cara para subjugar o semelhante que tem uma máquna mais simples. Motoqueiro é extremamente orgulhoso da máquina que tem, mas não sabe ser esnobe."
Eu tenho este "estilo de vida"? (Os "real bikers" não brigam tanto com a Motor Company pelo "lifestyle"? Lifestyle por estilo de vida...) Não sei. Sei apenas que "moto" ocupa um lugar proeminente em minha vida.

Eu nem sei se "piloto". Eu ando de moto! Não exatamente por "mera" diversão, mas por pura diversão e toda ocasião é conveniente.

Eu faço passeios e viagens. Eu dou um rolê. Não uso minha moto para subjugar ninguém. (Como se subjuga alguém com uma moto? Assumo que ele quis dizer "humilhar".) 

Não sou "extremamente orgulhoso" por minha moto. Gosto dela. Extremamente. Mas não vejo razão para orgulho. (Assumo, porém, que o "extremamente orgulhoso" se refira a isso.) Nem vejo razão para esnobismo.

Pelo que repito: "Pela descrição do texto, eu não sei se sou motoqueiro ou motociclista. Eu faço e não faço coisas de ambos os grupos."

A verdade é que a distinção, seja nesta descrição dada, seja em qualquer outra, é tão forçada e tão dependente do “universo” de quem dá a descrição que não é senão falsa. Tanto faz o termo, “motoqueiro” ou “motociclista”. Há gente boa e gente ruim usando para si ambos os termos. 

A propósito, os filmes são “Ghost Rider” e “Wild Hogs”. A tradução dos títulos certamente passa bem longe de qualquer treta por conta de oposições entre “motociclistas” e “motoqueiros”, que o tradutor por certo ignora completamente. 

Aliás, para qualquer tradutor que não ande de moto, “motociclista” é um só um termo mais formal e “motoqueiro” um popular. Nada mais. E, para mim, isto está mais que bom!