Os caras gostam de Sportster. Brasileiro gosta de moto com visual mais "agressivo". Na verdade, brasileiro gosta mesmo é de esportiva, e isso mesmo quando pensa em uma custom.
Não é tão comum cara que gosta de custom com cara de custom, cheia de cromo e com jeito de tiozão. Ao invés de Deluxe e Heritage, a maioria gosta mesmo é de Fat Boy, bem preta e pelada, e de Breakout. Nada de Sportster C! Só N, R, X ou outra letra qualquer. C não! Mas se for C, bora mudar até ficar com cara de não-C.
Daí os caras querem uma Iron para rebaixar e andar garupados. E ainda viajar cheio de mala. Capaz ainda de cada um, motoqueiro e garupa, pesar mais de noventa quilos. Fora a bagagem. Depois fica se lamuriando que Sportster não confortável, fica batendo fim de curso, bota banco comfort, gasta uma fortuna em amortecedor... Isso para não contar que já matou o visual "esportivo" que tanto gostam.
A moto simplesmente não é para isso! (É verdade, também tem gente que radicaliza e não quer saber de garupa nem de conforto; só visual. Bem faz esta gente!)
Eu ando com uma C, que tem amortecedores originais mais baixos (11.5" contra 13"), rebaixada e ando quase sempre solo. Eu certamente peso menos do que noventa quilos. Acho a motinha confortável o suficiente, dada sua proposta, ainda que um tanto cabrita, e não bate fim de curso, não importa a bagagem que eu coloque.
Quer andar garupado? Quer viajar cheio de mala? Quer, por cima disso tudo, manter sua moto bonita? Sportster não é a sua moto!
Um amigo trouxe de volta uma velha e recorrente discussão a respeito de capacetes. Questiona ele se há realmente diferença significativa entre capacetes considerados “top” e outros mais comuns (desconsiderando, claro, aqueles que são claramente inferiores).
Não há dúvida que estes capacetes mais caros possuem melhor acabamento e mais "subsídios" de segurança (quiçá mais "tecnologia"). O pano de fundo deste questionamento, porém, se dá porque, uma vez que estes capacetes "top" são assim tão caros, há certa preocupação com a segurança a tal ponto que se costuma perguntar: “quanto custa sua cabeça?”
Sharp Helmets:
Sempre confira os testes do
capacete de seu interesse lá!
Eu obviamente considero relevante a preocupação com a segurança, mas também considero um exagero a busca por um capacete “de marca”, com selo DOT (porque o do Inmetro é uma piada) e com o melhor ranqueamento no Sharp Helmets (um avaliador britânico de capacetes que é referência quanto à segurança).
Note bem, eu considero tudo isso interessante e quanto mais “top” o capacete e quanto mais subsídios de segurança, melhor. O que eu não considero salutar é a paranóia por segurança que se vê em discussões a respeito e a compra de capacetes caríssimos por conta disso.
Sem qualquer intenção de influenciar quem quer que seja a respeito disso (cada um sabe de si e responde por si), a minha posição quanto a compra de um capacete é que nem a pau eu pago a fortuna que cobram nos capacetes considerados "top". Pelo menos nas circunstâncias atuais. E são várias as razões.
Uma razão é a impossibilidade financeira. Talvez, se eu tivesse muita grana, como não faria lá muita diferença no fim do mês, então eu comprasse um. Mas eu não tenho condições, então eles estão fora de qualquer cogitação.
Outra razão é a própria questão da segurança. Todo mundo fala da superioridade dos capacetes fechados em relação aos articulados (e ambos em relação aos abertos) e também do ranqueamento Sharp Helmets. Nem vale questionar isso. Tudo verdade. Mas é verdade também que mesmo o capacete fechado cinco estrelas e indestrutível pode sofrer com uma barra-de-direção-Ayrton-Senna... O que quero dizer com isso é que vale se prevenir da melhor forma possível, mas capacetes mais comuns também fornecem um bom nível de segurança e, em última instância, não há neura que te salve de alguma fatalidade.
E a razão que talvez seja a principal é o conforto. Eu me sinto absolutamente claustrofóbico em capacetes fechados. Tenho um da H-D que comprei para "experimentar" e, minha nossa!, eu até uso, mas uso para não perder meu dinheiro (tenho, agora que me livrei das velharias, apenas dois capacetes, um aberto old school que só uso na cidade e o HD, fechado, que uso na estrada). Não vejo a hora de comprar um articulado e me sentir mais à vontade.
Ainda quanto ao conforto, o nível de ruído é algo que eu gostaria de minimizar, mas aí o papo voltará à questão financeira. E, também, outra coisa que me importa muito é que uso óculos. O maior dos meus arrependimentos quanto à compra do capacete fechado é o incômodo que os óculos me causam, tanto na hora de vestir (capacete e óculos) quanto rodando, pois as pernas dos óculos pressionam minhas têmporas, chegando mesmo a causar dor de cabeça. Sei que muitos capacetes têm algum esquema para a colocação dos óculos, mas é certo que os articulados são mais confortáveis quanto a isso.
Por fim, a questão estética. Eu uso o aberto old school obviamente uma opção acima de tudo estética (é por conforto também, claro, mas é principalmente estética). Se possível, na minha próxima compra de capacete, escolherei algum articulado que seja mais "bonitinho", um que me vista e eu me sinta à vontade com ele.
Assim, atualmente, eu considero duas opções para a minha próxima compra: o Shark Evoline Serie 3 e o "genérico" dele, o LS2 FF393 Convert.
Shark Evoline Serie 3 Mezcal Chrome.
Apesar de o Evoline ainda ser muito pesado, pelo menos em relação aos fechados, o que conta contra o conforto, o acabamento é muito bom e as cores são muito bonitas, especialmente o Mezcal Chrome. Além disso, é muito bem classificado no Sharp Helmets (cinco estrelas), mesmo com um índice de integridade nos testes não tão alto assim (57% se mantém íntegros). Seria minha primeira opção. Mas ainda é muito caro.
LS2 FF393 Convert (White e Black; eu pegaria um preto).
O LS2, dizem, é muito barulhento. Mas é pouca coisa mais leve que o Evoline. Não é tão bonito quanto um Mezcal, mas o "monocolor" preto é bem bonitinho. É três estrelas no Sharp Helmets, o que não é tão bom, mas também não é tão ruim assim. O índice de integridade é que assusta um pouco: apenas 37% se mantém íntegros. Bem, o Evoline é melhor em tudo, mas se a grana não der, o LS2 é a opção que se segue.
Notem que não falei nada sobre o conforto. Quando da compra, terei que experimentar ambos e decidir se são confortáveis o suficiente. Restando esta questão do conforto e, claro, da grana disponível, ainda posso avaliar algum outro articulado qualquer.
Certo é que preciso de um capacete mais seguro e confortável para a estrada, mantendo em casa o claustrofóbico fechado apenas para "enfeite", e o old school para a cidade.
Em resumo, eu não vou ficar com nóia quanto ao capacete. Vou comprar e usar aqueles que meu bolso permitir e me forem confortáveis e agradáveis de ver, com segurança suficiente. Ou, em outras palavras, vou comprar o capacete que me apresente o melhor resultado na equação custo-segurança-conforto-estética, sem neuras!
Um outro projeto que seria uma alternativa para uma segunda moto (para um resumo das alternativas que já mencionei: A garagem dos sonhos 2) seria um com sidecar.
Eu sempre achei muito legal moto com sidecar. Mas, se for para ter um, apenas se for uma segunda moto. Pois, se bem entendi a (sempre absurda e confusa) legislação brasileira, o documento da moto fica como veículo com três rodas e o sidecar não pode ser "destacável". Se assim é mesmo, é uma pena.
Em todo caso, um projeto de uma segunda moto com sidecar é bem interessante. Ainda mais porque tenho dois filhos pequenos e por várias vezes eles quiseram sair comigo de moto. Mas como fazer com dois? Ah, seria uma delícia ir ao Bikers Pub com meus moleques não de carro (ou de bicicleta), mas de moto! O sidecar viria bem a calhar.
Aí, de vez em quando, fico aqui a pensar em comprar uma CG bolinha azul (ou branca) e botar um sidecar nela! Na verdade podia ser uma CG, uma CB, uma outra Honda (como a CB 750F 1975 abaixo) ou Yamaha ou Suzuki ou qualquer uma maior neste estilo, uma Mirage, uma Dafra (a Horizon 150, imitando a 883 R, não é bem um sonho, mas serviria bem a este propósito), uma Royal Enfield, uma Triumph... Uma Bendita Macchina (vale dar uma olhada nos projetos dos caras)... Até uma H-D!
Pensando em motos de baixa cilindrada, novas ou usadas, este projeto nem fica assim tão caro. Mas como estes tempos são de vacas magras e nenhum gasto supérfluo é oportuno...